mardi 22 février 2011

Justin Bieber: Panis et circenses

Não, Justin Bieber não regravou – e nem acredito que um dia venha a regravar – a mitológica “Panis et circenses” dOs Mutantes, que já deve ter lá uns quarenta anos, quase três vezes a idade do novo pop-star. Não, o assunto sugerido pelo título tem mais a ver com o pão e o circo do império romano - e, atualmente, mediático - do que com música. (Aliás, ligeiros parênteses para os latinistas: pensando nos casos do latim, a expressão correta seria “panem et circenses”, não? E minha dúvida não vem das minhas poucas lembranças de estudo da língua, mas simplesmente porque o Google quis me corrigir quando eu procurei pelo título da canção...)
O que conta – e conto – aqui, na verdade, é que, no último fim de semana, o jovem cantor participou de um jogo de basquete da NBA (National Basketball Association – “national” significando “dos EUA”, liga onde o campeão recebe o presunçoso título de “world champion”, “campeão do mundo”...), e Bieber, já um vencedor dos vídeos virais internáuticos, ainda foi considerado o melhor jogador, o mais valioso da partida, o MVP (most valuable player), mesmo com a derrota do seu time e com vários dos demais participantes bem mais brilhantes que ele:
Confesso que, pra um menino – dedicado à música (boa ou má, pouco importa...) – jogando no meio de gente grande, até que ele não foi nada mal; mas deu uma dozinha do garoto, que, além de ter chegado direto ao evento depois de treze horas de voo após um show seu, tomou umas pequenas pancadas dos grandões:
Pra quem não conhece o tal evento da NBA, trata-se de reunir, pra uma partida amistosa, uns seis jogadores profissionais aposentados, umas duas profissionais em atividade na WNBA (a versão feminina da NBA) e uns tantos atores, cantores e afins, todos estes homens, considerados, portanto, aptos a brincar - pau a pau (...) - com algumas das melhoras jogadoras do mundo... No entanto, deixando de lado a discussão sexista, pensemos mais no caráter  mediático e comercial do trem, do troço, do treco, ou – pra empregar uma palavra-ônibus que conjugue melhor com a situação – do negócio.
Nunca vi um jogo pior na vida – talvez só aqueles em que eu mesmo participava (...) – , e, mesmo assim, imagino que deve ter dado bastante IBOP, já que o primeiro vídeo que postei aqui, o dos melhores momentos de Justin Bieber, teve mais de um milhão de visitas em menos de uma semana. Aliás, não é à toa que o jovenzinho ganhou o prêmio de melhor jogador, ainda que tenha perdido a partida: os espectadores é que escolhiam, votavam no seu favorito pela Internet e pelo celular, ferramentas que fazem parte, principalmente, do cotidiano da faixa etária – dos fãs – do músico MVP.
Bom, em poucas palavras – pois, no fim das contas, nem sei se vale a pena eu (te fazer) perder tempo com tantas – , embora seja mais importante competir do que ganhar, pra se tornar o mais valioso da partida – ou da partitura – , prepare bem o seu circo pro público, que o circo é já o pão de hoje em dia, até praqueles que mal têm dinheiro pra comprar o pão pra se nutrir enquanto assistem à TV, que essa, sim, dá-se sempre um jeitinho de arrumar uma...

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