mardi 18 janvier 2011

¿A maçã comeu ?¿ quem ?¿ comeu a maçã? / Pomme croque(-)monsieur

Français:
Apple, pour les particuliers au moins, c'est un peu comme la pilule rouge (ou bleue, ça dépend...): dès que tu l'avales, tu te rends (plus) compte de la Matrix et ton monde change à jamais. Moi, par exemple, je viens de m'acheter mon premier produit Apple, un MacBook, et aujourd'hui, en regardant les infos, quand on a parlé de l'arrêt maladie de Steve Jobs (le manitou du pommier), j'ai monté le volume de mon ordi et tendu mes oreilles pour bien saisir ce qu'on disait: c'est comme si, tout d'un coup, ce qui concernait Apple me concernait aussi, personnellement, comme si l'on me renseignait sur la santé d'un oncle qui habite de l'autre côté de l'Atlantique et que c'est pour ça que je n'ai jamais fait sa connaissance. Bref, depuis ce matin, j'entends une toute petite voix dans ma tête – me questionnant si c'est bien moi qui ai croqué cette pomme ou si ce n'est pas plutôt le contraire...
Português:
A Apple, pelo menos pros usuários domésticos, é mais ou menos como a pílula vermelha (ou azul, depende...): uma vez engolida, você se torna (in)consciente da Matrix e seu mundo não é nunca mais o mesmo. Eu, por exemplo, acabo de comprar meu primeiro produto da marca, um MacBook, e, hoje, enquanto assistia ao jornal, quando começaram a falar da licença médica de Steve Jobs (o mandachuva da macieira), aumentei o volume do computador e levantei as orelhas pra captar melhor a notícia: é como se, de repente, aquilo que diz respeito à Apple passasse a ter algo a ver comigo também, como se estivessem comentando sobre a saúde de um tio distante e que eu só não conhecia porque ele mora do outro lado do oceano. Enfim, desde hoje de manhã, eu escuto uma vozinha na minha cabeça – que me faz duvidar se fui eu que mordi essa maçã ou se não foi ela é que me mordeu...

Images en Méta-mo(t)-rphose

(Poème inspiré du documentaire Women are heroes:
                                                                                     .)
 

Owen Pallett - oui, seul, lui, il sont des sons / ele, sim, só, são sons

Français:
La première fois que je l'ai écouté je me suis dit: wow, c'est trop beau! un morceau avec toute cette orchestre dont les membres semblent chacun jouer une chanson différente dans cet arrangement où seule la voix réussit à les réunir au moyen d'une mélodie que les instruments ne laissent pas prévoir... Mais, finalement, j'ai découvert qu'il se présente tout seul sur scène...

Português:
A primeira vez que escutei, eu pensei: uau, lindo! uma música com uma baita duma orquestra cujos membros parecem tocar, cada um deles, uma música diferente nesse arranjo onde só a voz consegue juntar todos os pedaços através de uma melodia que os instrumentos não permitem prever... Mas, no fim das contas, descobri que ele se apresenta sozinho no palco...


lundi 10 janvier 2011

Gil Scott-Heron, Werner Herzog – e Huey Freeman (?!)

Minha idéia-prima, o primeiro fio deste texto, era só compartilhar uma descoberta bem recente, datada de um dia atrás: Gil Scott-Heron. Mas não ia dar pano pra manga, eu não poderia contar mais do que aquilo que me contava o Wikipedia. Então tinha decidido simplesmente fazer o papel da agulha - da costura e da vitrola - , atá-los à música – ao poema, ao slam – que queria mostrar, caçando um vídeo no VocêTubo e (por que não? – e como adoro esse “por que não?” entre parêteses...), no fim das contas, reproduzindo umas palavras da minha, da sua, da nossa enciclopédia livre, virtual e indispensável...
Foi aí que meu-jizuis-cristim lançou-me dos céus, das nebulosas eletrônicas, este vídeo:
Agradeço ao meu caríssimo desconhecido “jlm1973” por essa colcha de retalhos, por ter colocado as palavras de “The revolution will not be televised” (“A revolução não será televisionada”) – de Gil Scott-Heron, o padrinho do rap, Black Panther na veia – na boca do meu profeta revolucionário – fracassado – favorito, Huey Freeman, esse pequenino com um black – super – power que tanto me inspira, e, acima de tudo, entrevistado por Werner Herzog, a chave de ouro do clip, o nó cego que uniu três dos meus mais queridos visionários.
Por fim, só posso recomendar que busquem por conta própria – caso ainda não conheçam – os três: Gil Scott-Heron (jazz, soul, poesia etc., tudo de primeira e, às vezes, coisa de pioneiro - é o que dizem o Wikipedia e a minha primeira e intuitiva impressão), Werner Herzog (autor de, dentre vários filmes, alguns dos melhores documentários que já vi) e Huey Freeman (um dos protagonistas do que é o meu seriado de animação preferido, “The boondocks”).
Boa pesquisa.
P.S.: Aos fãs de “The boondocks” que estejam tão desinformados quanto eu estava, há uma terceira temporada do seriado, e que parece já estar na rede faz tempo.

samedi 8 janvier 2011

Vídeos virais e deveras vírus – celulares

Ainda na trilha dos vídeos virais, as febres de assistência internáutica, um dia encontrei este vídeo: um celular que eu achei que iria substituir praticamente tudo de que tenho necessidade, excetuando a mulher, a família, mas não o prato de comida, que eu poderia facilmente encomendar por um telefonema ou pela internet – do celular, claro (ou tim ou):
Mas hoje vi que não é lá grandes coisas o que se poderia fazer com esse tal do Mozilla Seabird, pois o Nokia N8, que só fui descobrir há alguns minutos, tem não somente tudo aquilo de que preciso mas também tudo o mais que tenho certeza que nem tentarei usar, seja por simplesmente não saber – e não ter a mínima vontade de aprender – como manejar um ou outro aplicativo, seja pelo medo de receber uma conta superfaturada no mês seguinte – por ter passado horas conectado à internet só porque não sabia que tinha de me desconectar após ter verificado meus e-mails ou o site de ajuda do meu próprio celular – , seja pela completa inutilidade – no que me concerne – da maioria dos aparatos do aparelho. Por exemplo, nosso caríssimo (…) N8, com a ajuda de um microscópio – que não é incluído no pacote – , ele pode produzir – e produziu, com fins publicitários – um belo curta-metragem, e com o menor personagem de todos os tempos:
E não é só isso, continuando com o microscópio, ele é capaz de diagnosticar a malária... Mas, na verdade, se você tiver o microscópio – que nem sei se está disponível nas lojas – , você pode ver os bichinhos brigando lá na sua mostra de sangue; daí ao diagnóstico de qualquer coisa que seja, recomendo mais que vá ao médico, deixe que peça ele mesmo o exame de sangue – caso haja necessidade – e o envie para o laboratório. No entanto, caso você não tenha acesso a nada disso (médico, laboratório, hospital), caso você esteja em, suponhamos, Uganda – como na publicidade abaixo – , reze pra que a ONU ou a Cruz-Vermelha ou sei-lá-o-quê-ou-quem tenha um Nokia N8 – com um microscópio (muito importante!) especial pra ele – e que (ainda mais importante!!!) o aparelho consiga captar uma rede de celular, embora você se encontre – obviamente – fora de área de serviço...:
E você também pode olhar o nome das suas manobras de skate no aparelho; pode fazer carinhas de robô nele; nunca mais se perder graças ao GPS; você pode até pintar parede com o seu N8 – só é necessário que essa parede seja um painel de luzes coloridas que reconheçam os raios infravermelhos do seu celular... Resumindo, o N8 oferece inúmeras e inestimáveis (…) possibilidades àquele que o adquirir; mas o melhor de tudo (mesmo!), o ponto mais vantajoso, o mais ecológico, o ponto mais infinitamente positivo – elevado ao infinito – é que a bateria do N8 pode ser recarregada por um (–: ATENÇÃO :–) hamster!!! (Será que precisa mencionar que, assim como o microscópio, o “porquinho-da-índia” também não vem de fábrica?...)
Enfim, impressionante? Sim, sem a mínima sombra de dúvida. Mas mais impressionante ainda – na minha mais sincera, sinceramente irônica e, sim, seriíssima e falsamente modesta opinião nada mais que pessoal – , o que mais me impressiona é o fato de tomarem, por carro-chefe da propaganda, a frase “It's not technology, it's what you do with it” (“Não é tecnologia, é o que você faz com isso”), acompanhada da pergunta “What will you do with it?” (“O que você vai fazer com isso?”):
Ao menos eles também expuseram sua mais sincera, sinceramente irônica e, sim, seriíssima e falsamente modesta opinião nada mais que marqueteira, pois sabem bem que a gente não sabe o que fazer com isso. No meu caso – fictício – , talvez eu fizesse as malas – incluindo ali um microscópio, um painel de luzes, um hamster e um Nokia N8 – e partisse pra Uganda, onde eu produziria um micro-metragem cujo protagonista seria uma miniatura de hamster com uma miniatura de um N8 nas suas mini-patinhas, tentando pintar, naquele desproporcional painel de luzes, “Malaria: it's not technology, it's what you don't do with it” – já que a empresa ainda oferece como prêmio um vôo com gravidade zero para os realizadores dos oito melhores vídeos filmados com o aparelho:

P.S.: O hamster – de verdade – que eu levaria comigo pra Uganda, seria pra recarregar o celular na falta de uma tomada.
P.P.S.: Ofereço de bom grado minha idéia de micro-metragem em N8 àquele ou àquela que desejar – por sua própria conta e risco – se aventurar a realizá-lo. Só peço que me envie um cartão postal lá da Uganda – ou uma foto pelo celular, que conta com uma câmera de 12 megapixels...
P.P.P.S.: Sei que meu texto deu ainda mais vontade – a alguns – de ter uma maquininha dessas nas mãos; e reconheço que talvez só o tenha escrito porque “quem desdenha quer comprar”. Azar...
If you just don't know what to do with it, don't do it;
but if you do know what to do with it, JUST DO IT...

De sem-cama à fama em uma semana: vírus que não deixa de cama?

Numa das minhas pesquisas pelo imdb.com (The Internet Movie Database, um banco de dados sobre filmes do mundo inteiro e de todos os tempos), esbarrei num documentário intitulado “Winnebago man”, de Ben Steinbauer, cineasta e também professor na University of Texas. Foi assistindo a esse saborosíssimo filme que tive meu primeiro contato com o termo “viral video”, que certamente dispensa tradução. Trata-se desses vídeos que são postados num YouTube da vida e, uma vez compartilhados por Facebook, Twitter etc., alastram-se feito vírus, num instante são assistidos por milhões de internautas.
Quanto à origem do termo, infelizmente não posso dizer muito; não posso dizer nada, na verdade, pois daria um trabalho investigativo tremendo, e o que menos quero neste momento é mais trabalho. Mas posso, sim, dizer que a maior parte desses vídeos virais está relacionada ou com (1) clips musicais – de artistas conhecidos ou não – , ou (2) propagandas publicitárias engraçadas ou emocionantes – em todas as concepções de emocionante – , ou com (3) coisinhas bizarras, bonitinhas ou engraçadinhas – como bebezinhos e gatinhos dançando ou assustando crocodilos – , ou (4) grandes escândalos sociais e (5) avanços tecnológicos que fazem sonhar – gadgets e afins. Mas a grande, digamos, a maior maioria deles (6) tem um quê de sádica e sarcasticamente humorístico; eles apresentam geralmente algo que nós, brasileiros, denominamos vídeo-cacetada: em poucas palavras, esse último tipo de vídeo viral é uma vídeo-cacetada que infecta uma audiência muito maior que a do Faustão dominical; é todo o mundo rindo da desgraça de gente do mundo todo...
No entanto, na minha busca de ontem, encontrei algo que escapou desse padrão – ou não?...


Um repórter de Columbus (Ohio – EUA), com sua câmera no carro, para no semáforo e filma um mendigo – sem teto, sem nada – que, segurando sua plaquinha onde afirmava ter uma voz que é uma dádiva divina, faz anúncios de rádio imaginários e instantâneos em troca de uns trocados. O vídeo foi gravado, acho eu, no fim do ano passado (2010) e postado na internet na última segunda-feira (03/01/2011). Hoje, dia 8 – ou seja, em cinco dias – , já não dá mais pra contar o número de pessoas que assistiram ao vídeo, pois, além de o arquivo original ter sido compartilhado por milhões através dos meios usuais – Facebook etc. – , vários usuários repostaram o mesmo vídeo em seus próprios nomes, ocasionando até mesmo infrações de direitos e a retirada, o corte de disponibilização de alguns desses na web. No fim das contas – incalculáveis, a não ser no que concerne ao tempo de ascensão – , Ted Williams – antigo locutor de rádio (distanciado do metiê por causa do alcoolismo e das drogas), pai de sete filhas e dois filhos, morador de rua desde 1993, fichado na polícia por vários pequenos crimes – , só no decorrer desta única semana – única! – , virou febre internáutica, estrela viral, vírus estelar; recebeu proposta de publicidade virtual gratuita; fez a abertura de uma emissão de rádio da sua cidade; apareceu em inúmeros programas televisivos e radiofônicos de entrevista nos Estados Unidos; tirou nova carteira de identidade – pois não tinha mais – ; foi levado – de avião – a Nova Iorque para rever sua mãe – depois de vinte anos sem a encontrar – ; recebeu uma dezena de ofertas de trabalho – dentre elas, trabalhar em pequenas estações de rádio (virtuais e reais), tornar-se a voz publicitária da marca Kraft (indústria alimentícia) e, dentre todas, a mais espetacular até agora, ser o locutor oficial do estádio do Cleveland Cavaliers, time da NBA que, no ano passado, não chegou às finais do campeonato por muito pouco.


Ted Williams: sem cama numa semana; noutra, rumo ao hall da fama. Aliás, mesmo aqui na França (de onde escrevo neste momento), se você procurar no Google “Ted Williams”, o “morador de rua com uma voz de ouro” ganha dos resultados do jogador de baseball – que está realmente, há décadas, no hall da fama dos esportistas estadunidenses – , jogador homônimo seu.
Mas, retornando ao fenômeno desse pedinte radialista – e/ou vice versa – , por que esse vídeo, mesmo não se inserindo nas categorias que eu havia descrito, teria se tornado viral, tão fenomenalmente viral? Será que é o espírito natalino que ainda ressoa? Os desejos de um ano novo renovador, transformador, solidário e fraternal? Ou talvez mais uma forma de exploração? De tirar proveito, cada um do seu jeito, dessa história de “redenção”? Será que, se o mendigo não tivesse dito “God bless you” (“Deus te abençoe”) no vídeo, o resultado seria outro?
Não tenho resposta nenhuma pra nenhuma das minhas perguntas, e nem posso imaginar as questões ou soluções que possam ter passado pela sua cabeça durante esses alguns minutos de leitura. Só arrisco a dizer que, naquilo que configura um vídeo viral, essa história captada por Doral Chenoweth III (o repórter de Columbus que des-cobriu Ted Williams) parece ultrapassar os demais vídeos virais por formar uma bela mistura, tocar de alguma forma em todos aqueles que se enquadram nas categorias que esbocei: (1) relaciona-se com o fascínio, com o encanto que uma voz pode gerar, como os clips musicais; (2) Ted Williams produz seus anúncios – publicitários, de certa maneira – instantâneos, ali mesmo, que emocionam por seu caráter extremamente inesperado, o que engloba também (3) o bizarro, ver esse mendigo cabeludo e com os dentes todos e todo tortos, meio Fera, que, abrindo a boca, é mais belo que a Bela; (4) trata-se, sim, de um escândalo social, um retrato do fracasso do “american dream”, um desperdício de um talento que deveria ser valorizado nessa terra onde tudo é possível; (5) e (por que não?) lembra um avanço tecnológico também, é como se tivessem colocado um micro-chip, um sintetizador de voz naquele monstro, como se você mesmo pudesse apertar um botãozinho ou torcer o nariz e, abrindo sua própria boca, você escutaria uma voz completamente diferente da sua, você mesmo cantando a sua música favorita com o mesmo timbre dos seus cantores favoritos ou cantoras favoritas.
Sei que exagero nessas aproximações, mas só estou tentando compreender o fenômeno, convencer a mim mesmo que é possível chegar a uma conclusão, a uma explicação coerente pra que esse vídeo específico tenha causado tanto efeito. Só não quero, depois da época de balanço, ter a notícia de que Ted Williams voltou a morar na rua e que tudo isso não passou de uma exploração-relâmpago da imagem, da voz, da história desse personagem tão cativante. Só espero que tudo isso tenha um efeito real e positivo nesse sujeito – e na sociedade, internáutica ao menos – ; que isso não seja só um momento de contos de fada fadado a passar tão rápido quanto veio; que não tenha fascinado tanto simplesmente por ser “engraçado” esse joão-ninguém não ter o que botar nessa boca donde tira tanta maravilha; que esse vídeo e seu sucesso não se expliquem pelo prazer sádico de se ver, ou, até mesmo, de se rir da desgraça alheia, da vergonha alheia, do apagamento da dignidade do outro; que esse vídeo viral não se enquadre, finalmente, na tragicômica categoria da (6) vídeo-cacetada...

Gleison Túlio – rock é pouco

Alguns dias atrás, num troca-troca VocêTubular – YouTúbico, YouTubáico, YouTubético, YouTubense, YouTubiano, ou melhor ainda (pra mim que sou ituiutabano), YouTubano – , compartilhando vídeos entre amantes de rock, lembrei de um sujeito de quem tomei conhecimento pelo antigo “Conexão Telemig Celular”, faz uns cinco anos ou mais.
Lembrei também que meu primo Rogério, da banda Speed Porco, queria me levar num show do Gleison Túlio na minha última passada pelo Brasil; mas, infelizmente, não pude, e não lembro o porquê.
Mas foi só nessa recente noite de buscas VocêTubulares que realmente fiquei triste por ter perdido a chance de ver esse monstro tocar – muito mais que rock, rola folk(lore, mais ou menos...), blues, tecno, pop, tudo e experimental, etceteretal. Quem sabe nesse bem próximo pulo por Belo Horizonte, nesse fim de janeiro ou fevereiro?
Enquanto isso – e enquanto ele não recebe a visibilidade (ou audibilidade...) que merece – , salve o VocêTubo, onde tem Gleison Túlio de tudo quanto é tipo:



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dimanche 2 janvier 2011

Haikai: reflex(ã)o

Depois de ter escrito meu haikai "d'anos novos", um haikai reflex(ã)o

(Comandam-se estrelas
e desejos em cadência
- fogos por artifício),

encontrei um belo haikai, de mesmo tema, mas escrito à moda antiga, um haikai reflexo (se bem que apresente uma certa reflexão - ou um reflexo da subjetividade do poeta - com suas "silenciosas" estrelas):

Noite de Ano Novo:
Após a queima de fogos,
Estrelas silenciosas

             Edson Kenji Iura (http://www.blocosonline.com.br/literatura/poesia/temdomes/2010/12/tempoe17.php).

Então me pergunto, numa ambição aumentativa da tradição:

Haikai (por que não?)
mais que reflexo do olhar
- um(a) reflexão

Gás - capital - natural

Nada mais natural:
a natureza dá, a gente recebe; a natureza não dá, a gente toma...
Nada mais humano, na verdade,
que extrair o natural de forma artificial e vender esse “natural” como a coisa mais natural do mundo,
só pra dar um gás na economia, um gás no capital...
Nada mais humano, ou, naturalmente, desumano,
que pensar que, quando não houver mais natureza habitável e explorável, poderemos, graças ao recheio dos nossos bolsos, comprar uma passagem pra lua ou pra Marte,
ou, melhor ainda, fazer do cofre-forte o nosso refúgio, o nosso recanto, o nosso remanso,
o nosso habitat – artificialmente – natural...

No entanto, nada tão custoso...
Nada mais custoso que o lucro de uns poucos às custas de tantos outros,
sobretudo às custas de tudo e de todos – a longo prazo, às custas desses mesmos "uns poucos"...
E não há nada de natural nisso:

natural é pensar que o umbigo é o centro do mundo,
mas nada mais que o centro, e não o mundo inteiro, não todo o mundo...

(Meros reflexos e reflexões a partir deste filme:

:











Com essa história de Pré-Sal,
melhor pensar bem no após,
pensar nos contras e prós,
pensar no nosso quintal,

senão a gente “tá no sal”...)

samedi 1 janvier 2011